sábado, 17 de fevereiro de 2007

RESUMO AULA 3

Aula 3 (16/02/2007)


Nesta aula iniciamos a discussão da obra de Thomas Skidmore, com a apresentação dos primeiros grupos, de acordo com o cronograma estabelecido.

SKIDMORE, Thomas Elliot. Uma História do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

A obra tem como objetivo “apreender o processo integral de formação do Brasil, do descobrimento (1500) ao governo de Fernando Henrique Cardoso” (1998), questionando:

a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se?
b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
c) Qual a especificidade da experiência multirracial brasileira?
d) Por que o Brasil sempre se depara com obstáculos para a modernidade?

A resposta a essas questões são perseguidas ao longo de toda a análise do processo de formação histórica do Brasil. E deverão ser consideradas na leitura e discussão de toda a obra, do primeiro ao último capítulo. O autor sempre procura evidenciar elementos que componham uma resposta completa e coerente a essas questões.
Na apresentação dos grupos e na discussão dos dois primeiros capítulos (sobre a colonização e sobre o Primeiro Reinado (1500-1831) já pudemos observar alguns elementos que respondem (em parte) a algumas dessas questões-chave do livro. São elas:

a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se?
Teria sido decorrência do sucesso da política de colonização e expansão do território, implementada por Portugal já a partir de 1530, início da colonização do território. Também teria importância a ação dos jesuítas na disseminação da cultura portuguesa e na unidade lingüística. Também a elite brasileira, pós-independência tem seu ‘mérito’ na manutenção do território resistindo às tentativas de separatismo e incorporando novas áreas.


b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
O autor enfatiza o caráter centralizador e de concentração de riquezas da colonização do Brasil, desde o início com as capitanias hereditárias. Desde as Conjurações que foram movimentos elitistas, o autor identifica que a conjuntura política poderia mudar mas o poder não mudaria de mãos, como ocorreu, por exemplo, em nosso processo de independência, quando rompe-se os laços com Portugal, mas mantém-se um governante da dinastia portuguesa (D. Pedro I).

c) Qual a especificidade da experiência multirracial brasileira?
O autor identifica uma mistura étnica singular no Brasil (índios, negros e brancos), numa escala nunca vista. Uma das especificidades do Brasil (especialmente comparando-a aos EUA) é a categoria nova que surge: O MULATO ou mestiço. Categoria maleável que possibilita a sua ascensão social e até a sua aceitação nos círculos do Branco, desde que tenha posses. Isso difere o Brasil dos EUA que tem uma divisão mais rígida, ou se é branco ou negro, no Brasil a tolerância e aceitação tende a ser maior, embora isso não nos exima do preconceito racial que existe e marca a sociedade até hoje.

d) Por que o Brasil sempre se depara com obstáculos para a modernidade?
O autor, nestes dois primeiros capítulos identifica passagens na história da formação do Brasil, alguns momentos em que o país (ou a colônia) perdeu chances de desenvolvimento econômico. Dentre elas destaca-se a sua condição de colônia, a era de Pombal e as escolhas da elite após a independência. A elite brasileira, optou pelo liberalismo econômico e escolher produzir bens primários e importar bens industrializados, reforçando e consolidando a condição de dependente da Inglaterra.


Nas próximas aulas, certamente, serão apresentados e discutidos outros elementos para a ampliação da resposta do autor a essas questões.

Nenhum comentário: