RESUMO AULA 4 (02/03/2007)
Nesta aula 04 grupos continuaram a discussão da obra de Skidmore, atentando para os desafios que o Brasil enfrentou na consolidação do Estado e na administração de problemas sociais importantes como a Escravidão e a desigualdade entre ricos e pobres.
O primeiro Grupo do dia enfatizou o período de 1831-1870, fim do Primeiro Reinado até a Guerra do Paraguai. Skidmore vê esse período da história brasileira como um momento delicado para a elite brasileira que se vê dividida em torno de questões de centralização e descentralização do poder do Estado: a luta entre liberais e conservadores que se estende do Período Regencial (1831-1840) até os primeiros anos do Segundo Reinado. As revoltas abundantes neste período (Cabanada, Cabanagem, Sabinada, Balaiada e farroupilha) indicam que a história brasileira não é pacífica tanto quanto acreditamos, e mostra a diversidade de interesses neste período. Ao assumir o trono, Dom Pedro II inicia um processo de conciliação da elite garantindo a unidade nacional e, distancia o Brasil das aventuras republicanas de seus vizinhos hispânicos – este ponto ajuda a responder a pelo menos duas questões levantadas pelo autor: a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se? E b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
Pela União da elite em torno do Imperador conciliador das diferenças. A elite Brasileira discordava em muitos pontos sobre a política mas tinha em comum o objetivo de manter sua posição social, evitar sublevações populares e garantir seu direito de propriedade, tanto sobre terras com escravos.
A propriedade sobre a terra foi garantida às novas gerações da elite brasileira com a criação de uma Lei de Terras em 1832. A propriedade sobre os escravos foi mantida até 1888. A libertação do escravos neste ano, significou perdas para os fazendeiros – especialmente os cafeicultores, mas ao fazê-la de modo “gradual e lento”, evitou um conflito social, o questionamento da estrutura agrária brasileira (concentradora) e revelou ainda uma vez na história brasileira a característica da elite de “fazer concessões como tática para se manter no poder” (Skidmore, 1998, p. 104). O Grupo 2 enfatizou, neste sentido, as palavras de Skidmore:
“a abolição ajudou a desviar a atenção da “questão social” no Brasil – confirmando a tendência da elite brasileira em ver as questões sócio-econômicas exclusivamente em termos legais e não estruturais ou de classe social” (Idem)
A abolição da escravidão estimulou a redefinição da estratificação social brasileira, a imigração e preocupações raciais da elite, como o branqueamento da população. O negro se viu excluído também do processo produtivo, tendo sua mão-de-obra negada depois de libertos. O NEGRO SERIA REJEITADO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO BRASIL MODERNO.
O Brasil moderno foi construído sob um novo regime político – A REPÚBLICA – que não significou mudança na estrutura sócio-econômica brasileira. Neste período há a criação de centros modernos e de espaços de exclusão. As cidades, em especial a capital, Rio de Janeiro, foram reestruturados nas primeiras décadas do século XX e ficava patente as contradições brasileiras, especialmente percebidas pela dualidade entre o interior e o litoral. A divisão entre brancos e mestiços. Dessas contradições surgiram algumas instabilidades sociais importantes que foram contornados pela elite com força e intransigência como na Revolta da Vacina, Canudos, a Revolta da Chibata, os movimentos operários urbanos. Sejam os problemas enfrentados pela população do campo ou da cidade, a elite na Primeira República tratou a questão social como questão de polícia.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) traz oportunidades de crescimento industrial para o Brasil e de diversificação da economia, pela crise do mercado de café. Isso não significou uma melhoria nas condições sócio-econômicas da população já que esse crescimento tornou o Brasil desigual (especialmente concentrando a industrialização no sudeste) e ainda assim, as condições dos trabalhadores não eram boas.A década de 1920 trouxe aos brasileiros a consciência de que a República não resolvera velhos problemas do Império e apostaram no fortalecimento do poder central. É neste contexto que ocorre a Revolução de 1930 e Getúlio Vargas assume a presidência para um longo período de governo (1930-1945).
A revolução de 1930 foi um movimento dissidente da elite política brasileira, e não modificou, portanto, a estratificação social brasileira. Ao dar uma guinada à direita ( O golpe de 1937 e a instalação do Estado Novo) Getúlio Vargas consolida sua trajetória política singular na história brasileira. Ao mesmo tempo em que cerceia as liberdades individuais, promove avanços no bem-estar dos trabalhadores. Desde 1930, “O alvoroço político trouxera a questão do bem-estar social dos trabalhadores ao primeiro plano” (p. 165) no mundo, e no Brasil, Getúlio organiza várias ações para a melhoria da condição de vida do trabalhador.
RESUMO AULA 4 (09/03/2007)
Embora tenha significado avanços para os trabalhadores, as políticas sociais de Vargas – as primeiras implementadas pelo estado em toda a sua história até então, não chegaram a todos porque privilegiava apenas quem tinha trabalho formal, na cidade. A grande maioria da população estava ainda no campo, excluída da rede de proteção social criada por Getúlio. Á época da saída de Vargas, em 1945, o Brasil ainda tinha pequena industrialização, a população sofria com doenças crônicas, a expectativa de vida era muito baixa (46 anos) e a economia permanecia dependente das exportações de café.
A nova fase na política brasileira, fase populista, presencia também uma mudança no perfil sócio-econômico da população brasileira (década de 1940/1950), quando ocorre uma explosão populacional, desigualdades regionais crescentes, forte migração interna, êxodo rural com conseqüente urbanização caótica, o crescimento das favelas e o início de uma questão social urbana que se estende até os dias de hoje – desigualdades, violência, falta de moradia, de infra-estrutura, VIOLÊNCIA.
Com seu PROGRAMA DE METAS, Juscelino intensifica as transformações na industrialização, intensificação da urbanização e busca acelerada do desenvolvimento econômico, à custa de endividamento e abandono do desenvolvimento humano e social. Embora Juscelino tenha implementado o desenvolvimento econômico, cresceu a desigualdade social. Num período de democracia (mesmo que instável), a questão social não é preocupação do estado e é agravada.
Depois de uma breve experiência EXCÊNTRICA na presidência, Jânio Quadros renuncia e dá lugar a João Goulart, que a despeito de suas dificuldades para assumir a presidência, assiste à exaltação de grupos sociais de esquerda que requeriam direitos sociais e uma atuação direta do estado para a resolução da questão social: reforma agrária, redistribuição de renda... A direita, em mais um de seus malabarismos para permanecer no poder e conservar sua posição sócio-econômica, toma o poder à força pela “Revolução de 1964”. Mas uma das mudanças políticas para garantir as permanências... Mudar para deixar como está”.
O período da ditadura Militar (1964-1985) significou um retrocesso nas liberdades individuais mas um avanço na economia e a melhoria de vida de muitos brasileiros. Embora sua política econômica fosse de concentração de riquezas nas mãos de poucos, os avanços econômicos, especialmente na década de 1970, deu a impressão de melhoria para todas as classes sociais, de modo que a mobilização contra o regime se viu dificultada. Ainda assim, muitos grupos de esquerda lutaram contra o regime, seja com armas na mão, seja em uma luta ideológica, pela produção cultural.
O chamado milagre econômico aumentou ainda mais o êxodo rural e o inchamento das cidades, houve diversificação da produção brasileira mas também enorme concentração de renda. O êxodo rural esvaziou o campo e promoveu excesso de oferta de mão-de-obra nas cidades, o que resultou num batalhão de desempregados que pressionavam os salários para baixo e aumentavam os lucros dos industriais. Sem emprego, a população urbana estava de fora da rede de proteção social (implementada por Getúlio) do Estado.
AULA 5 (16/03/2007)
Com a abertura política de 1985, o Brasil entra em nova fase democrática republicana. Os desafios desta fase são grandes, como a concentração de riqueza ainda maior, crise econômica (inflação, dívidas, desemprego). A década de 1980 é um momento delicado para a economia e para o bem-estar social do brasileiro. Os arrochos econômicos se combinaram com iniciativas positivas do ponto de vista social, tais como a discussão dos direitos sociais e sua garantia pela nova constituição de 1988. No entanto, os direitos humanos (de vida, liberdade, de igualdade legal) eram inofensivos e não questionavam nem propunham a modificação dos direitos à terra, de redistribuição de renda.
A década de 1980 assiste à crise econômica, deteriorização dos serviços públicos (educação, saúde, comunicações, etc) e um agravamento da violência urbana, que nos termos de Skidmore, não pode ser tomada como uma espécie de revolução social dos excluídos. O Crime não ameaça a ordem econômica estabelecida e nem representa mobilização coletiva, mas apenas reforça a idéia de que os pobres são ameaça à elite e associa violência à pobreza!
Ns duas últimas décadas do século XX, o Brasil assiste ao surgimento e/ou reorganização de movimentos sociais importantes como a luta das mulheres pela igualdade de direitos e dos negros, que a despeito das dificuldades foram colocados na pauta de discussão de assuntos sociais imprescindíveis para o século XXI.
Ao comentar sobre a experiência neoliberal de Collor, ao governo de estabilização de FHC, Skidmore observa que a Nova República Brasileira enfrentou desafios que adiaram o crescimento rápido do Brasil e o aumento de investimento em capital humano.Assim, diante da experiências histórica Brasileira, o autor observa que a promessa de oportunidades foi uma constante, embora não tenha se concretizado. Também a garantia da propriedade privada sempre foi tomada como chave para o desenvolvimento do país. Diante disso, o autor termina questionando se o Brasil pode se tornar uma nação moderna com “uma pequena minoria de ricos e super ricos barricados dentro de seus blocos de apartamentos, enquanto a maioria dos brasileiros mal pode entrar no mercado nacional?” Há muito o que fazer. O desafio que se coloca diante de nós é tão grande que não podemos mais nos dar ao luxo de cometer os mesmos erros do passado, nem buscar soluções inocentes para a questão social Brasileira.
Nossos problemas sociais não precisam apenas de boa vontade, bondade cristã ou solidariedade burguesa: é necessário pragmatismo e consciência histórica. Sem tocar no cerne da desigualdade não há que se falar em justiça social!
Nesta aula 04 grupos continuaram a discussão da obra de Skidmore, atentando para os desafios que o Brasil enfrentou na consolidação do Estado e na administração de problemas sociais importantes como a Escravidão e a desigualdade entre ricos e pobres.
O primeiro Grupo do dia enfatizou o período de 1831-1870, fim do Primeiro Reinado até a Guerra do Paraguai. Skidmore vê esse período da história brasileira como um momento delicado para a elite brasileira que se vê dividida em torno de questões de centralização e descentralização do poder do Estado: a luta entre liberais e conservadores que se estende do Período Regencial (1831-1840) até os primeiros anos do Segundo Reinado. As revoltas abundantes neste período (Cabanada, Cabanagem, Sabinada, Balaiada e farroupilha) indicam que a história brasileira não é pacífica tanto quanto acreditamos, e mostra a diversidade de interesses neste período. Ao assumir o trono, Dom Pedro II inicia um processo de conciliação da elite garantindo a unidade nacional e, distancia o Brasil das aventuras republicanas de seus vizinhos hispânicos – este ponto ajuda a responder a pelo menos duas questões levantadas pelo autor: a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se? E b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
Pela União da elite em torno do Imperador conciliador das diferenças. A elite Brasileira discordava em muitos pontos sobre a política mas tinha em comum o objetivo de manter sua posição social, evitar sublevações populares e garantir seu direito de propriedade, tanto sobre terras com escravos.
A propriedade sobre a terra foi garantida às novas gerações da elite brasileira com a criação de uma Lei de Terras em 1832. A propriedade sobre os escravos foi mantida até 1888. A libertação do escravos neste ano, significou perdas para os fazendeiros – especialmente os cafeicultores, mas ao fazê-la de modo “gradual e lento”, evitou um conflito social, o questionamento da estrutura agrária brasileira (concentradora) e revelou ainda uma vez na história brasileira a característica da elite de “fazer concessões como tática para se manter no poder” (Skidmore, 1998, p. 104). O Grupo 2 enfatizou, neste sentido, as palavras de Skidmore:
“a abolição ajudou a desviar a atenção da “questão social” no Brasil – confirmando a tendência da elite brasileira em ver as questões sócio-econômicas exclusivamente em termos legais e não estruturais ou de classe social” (Idem)
A abolição da escravidão estimulou a redefinição da estratificação social brasileira, a imigração e preocupações raciais da elite, como o branqueamento da população. O negro se viu excluído também do processo produtivo, tendo sua mão-de-obra negada depois de libertos. O NEGRO SERIA REJEITADO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO BRASIL MODERNO.
O Brasil moderno foi construído sob um novo regime político – A REPÚBLICA – que não significou mudança na estrutura sócio-econômica brasileira. Neste período há a criação de centros modernos e de espaços de exclusão. As cidades, em especial a capital, Rio de Janeiro, foram reestruturados nas primeiras décadas do século XX e ficava patente as contradições brasileiras, especialmente percebidas pela dualidade entre o interior e o litoral. A divisão entre brancos e mestiços. Dessas contradições surgiram algumas instabilidades sociais importantes que foram contornados pela elite com força e intransigência como na Revolta da Vacina, Canudos, a Revolta da Chibata, os movimentos operários urbanos. Sejam os problemas enfrentados pela população do campo ou da cidade, a elite na Primeira República tratou a questão social como questão de polícia.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) traz oportunidades de crescimento industrial para o Brasil e de diversificação da economia, pela crise do mercado de café. Isso não significou uma melhoria nas condições sócio-econômicas da população já que esse crescimento tornou o Brasil desigual (especialmente concentrando a industrialização no sudeste) e ainda assim, as condições dos trabalhadores não eram boas.A década de 1920 trouxe aos brasileiros a consciência de que a República não resolvera velhos problemas do Império e apostaram no fortalecimento do poder central. É neste contexto que ocorre a Revolução de 1930 e Getúlio Vargas assume a presidência para um longo período de governo (1930-1945).
A revolução de 1930 foi um movimento dissidente da elite política brasileira, e não modificou, portanto, a estratificação social brasileira. Ao dar uma guinada à direita ( O golpe de 1937 e a instalação do Estado Novo) Getúlio Vargas consolida sua trajetória política singular na história brasileira. Ao mesmo tempo em que cerceia as liberdades individuais, promove avanços no bem-estar dos trabalhadores. Desde 1930, “O alvoroço político trouxera a questão do bem-estar social dos trabalhadores ao primeiro plano” (p. 165) no mundo, e no Brasil, Getúlio organiza várias ações para a melhoria da condição de vida do trabalhador.
RESUMO AULA 4 (09/03/2007)
Embora tenha significado avanços para os trabalhadores, as políticas sociais de Vargas – as primeiras implementadas pelo estado em toda a sua história até então, não chegaram a todos porque privilegiava apenas quem tinha trabalho formal, na cidade. A grande maioria da população estava ainda no campo, excluída da rede de proteção social criada por Getúlio. Á época da saída de Vargas, em 1945, o Brasil ainda tinha pequena industrialização, a população sofria com doenças crônicas, a expectativa de vida era muito baixa (46 anos) e a economia permanecia dependente das exportações de café.
A nova fase na política brasileira, fase populista, presencia também uma mudança no perfil sócio-econômico da população brasileira (década de 1940/1950), quando ocorre uma explosão populacional, desigualdades regionais crescentes, forte migração interna, êxodo rural com conseqüente urbanização caótica, o crescimento das favelas e o início de uma questão social urbana que se estende até os dias de hoje – desigualdades, violência, falta de moradia, de infra-estrutura, VIOLÊNCIA.
Com seu PROGRAMA DE METAS, Juscelino intensifica as transformações na industrialização, intensificação da urbanização e busca acelerada do desenvolvimento econômico, à custa de endividamento e abandono do desenvolvimento humano e social. Embora Juscelino tenha implementado o desenvolvimento econômico, cresceu a desigualdade social. Num período de democracia (mesmo que instável), a questão social não é preocupação do estado e é agravada.
Depois de uma breve experiência EXCÊNTRICA na presidência, Jânio Quadros renuncia e dá lugar a João Goulart, que a despeito de suas dificuldades para assumir a presidência, assiste à exaltação de grupos sociais de esquerda que requeriam direitos sociais e uma atuação direta do estado para a resolução da questão social: reforma agrária, redistribuição de renda... A direita, em mais um de seus malabarismos para permanecer no poder e conservar sua posição sócio-econômica, toma o poder à força pela “Revolução de 1964”. Mas uma das mudanças políticas para garantir as permanências... Mudar para deixar como está”.
O período da ditadura Militar (1964-1985) significou um retrocesso nas liberdades individuais mas um avanço na economia e a melhoria de vida de muitos brasileiros. Embora sua política econômica fosse de concentração de riquezas nas mãos de poucos, os avanços econômicos, especialmente na década de 1970, deu a impressão de melhoria para todas as classes sociais, de modo que a mobilização contra o regime se viu dificultada. Ainda assim, muitos grupos de esquerda lutaram contra o regime, seja com armas na mão, seja em uma luta ideológica, pela produção cultural.
O chamado milagre econômico aumentou ainda mais o êxodo rural e o inchamento das cidades, houve diversificação da produção brasileira mas também enorme concentração de renda. O êxodo rural esvaziou o campo e promoveu excesso de oferta de mão-de-obra nas cidades, o que resultou num batalhão de desempregados que pressionavam os salários para baixo e aumentavam os lucros dos industriais. Sem emprego, a população urbana estava de fora da rede de proteção social (implementada por Getúlio) do Estado.
AULA 5 (16/03/2007)
Com a abertura política de 1985, o Brasil entra em nova fase democrática republicana. Os desafios desta fase são grandes, como a concentração de riqueza ainda maior, crise econômica (inflação, dívidas, desemprego). A década de 1980 é um momento delicado para a economia e para o bem-estar social do brasileiro. Os arrochos econômicos se combinaram com iniciativas positivas do ponto de vista social, tais como a discussão dos direitos sociais e sua garantia pela nova constituição de 1988. No entanto, os direitos humanos (de vida, liberdade, de igualdade legal) eram inofensivos e não questionavam nem propunham a modificação dos direitos à terra, de redistribuição de renda.
A década de 1980 assiste à crise econômica, deteriorização dos serviços públicos (educação, saúde, comunicações, etc) e um agravamento da violência urbana, que nos termos de Skidmore, não pode ser tomada como uma espécie de revolução social dos excluídos. O Crime não ameaça a ordem econômica estabelecida e nem representa mobilização coletiva, mas apenas reforça a idéia de que os pobres são ameaça à elite e associa violência à pobreza!
Ns duas últimas décadas do século XX, o Brasil assiste ao surgimento e/ou reorganização de movimentos sociais importantes como a luta das mulheres pela igualdade de direitos e dos negros, que a despeito das dificuldades foram colocados na pauta de discussão de assuntos sociais imprescindíveis para o século XXI.
Ao comentar sobre a experiência neoliberal de Collor, ao governo de estabilização de FHC, Skidmore observa que a Nova República Brasileira enfrentou desafios que adiaram o crescimento rápido do Brasil e o aumento de investimento em capital humano.Assim, diante da experiências histórica Brasileira, o autor observa que a promessa de oportunidades foi uma constante, embora não tenha se concretizado. Também a garantia da propriedade privada sempre foi tomada como chave para o desenvolvimento do país. Diante disso, o autor termina questionando se o Brasil pode se tornar uma nação moderna com “uma pequena minoria de ricos e super ricos barricados dentro de seus blocos de apartamentos, enquanto a maioria dos brasileiros mal pode entrar no mercado nacional?” Há muito o que fazer. O desafio que se coloca diante de nós é tão grande que não podemos mais nos dar ao luxo de cometer os mesmos erros do passado, nem buscar soluções inocentes para a questão social Brasileira.
Nossos problemas sociais não precisam apenas de boa vontade, bondade cristã ou solidariedade burguesa: é necessário pragmatismo e consciência histórica. Sem tocar no cerne da desigualdade não há que se falar em justiça social!
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