sexta-feira, 25 de maio de 2007

Resultados 2ª Etapa!

Confira os Resultados da Segunda Etapa!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Discussão de Filme


Pixote - A Lei do Mais Fraco


Pixote foi abandonado por seus pais e rouba para viver nas ruas. Ele já esteve internado em reformatórios e isto só ajudou na sua "educação", pois conviveu com todo o tipo de criminoso e jovens delinqüentes que seguem o mesmo caminho. Ele sobrevive se tornando um pequeno traficante de drogas, cafetão e assassino, mesmo tendo apenas onze anos.


sábado, 31 de março de 2007

NOTAS PRIMEIRA ETAPA!

Confira os resultados da primeira etapa:

quarta-feira, 28 de março de 2007

terça-feira, 27 de março de 2007

NÃO É RACISMO NEGRO SE INSURGIR CONTRA BRANCO?

Confira a entrevista com ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

sábado, 24 de março de 2007

domingo, 18 de março de 2007

RESUMO AULA 4-5-6

RESUMO AULA 4 (02/03/2007)

Nesta aula 04 grupos continuaram a discussão da obra de Skidmore, atentando para os desafios que o Brasil enfrentou na consolidação do Estado e na administração de problemas sociais importantes como a Escravidão e a desigualdade entre ricos e pobres.

O primeiro Grupo do dia enfatizou o período de 1831-1870, fim do Primeiro Reinado até a Guerra do Paraguai. Skidmore vê esse período da história brasileira como um momento delicado para a elite brasileira que se vê dividida em torno de questões de centralização e descentralização do poder do Estado: a luta entre liberais e conservadores que se estende do Período Regencial (1831-1840) até os primeiros anos do Segundo Reinado. As revoltas abundantes neste período (Cabanada, Cabanagem, Sabinada, Balaiada e farroupilha) indicam que a história brasileira não é pacífica tanto quanto acreditamos, e mostra a diversidade de interesses neste período. Ao assumir o trono, Dom Pedro II inicia um processo de conciliação da elite garantindo a unidade nacional e, distancia o Brasil das aventuras republicanas de seus vizinhos hispânicos – este ponto ajuda a responder a pelo menos duas questões levantadas pelo autor: a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se? E b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
Pela União da elite em torno do Imperador conciliador das diferenças. A elite Brasileira discordava em muitos pontos sobre a política mas tinha em comum o objetivo de manter sua posição social, evitar sublevações populares e garantir seu direito de propriedade, tanto sobre terras com escravos.
A propriedade sobre a terra foi garantida às novas gerações da elite brasileira com a criação de uma Lei de Terras em 1832. A propriedade sobre os escravos foi mantida até 1888. A libertação do escravos neste ano, significou perdas para os fazendeiros – especialmente os cafeicultores, mas ao fazê-la de modo “gradual e lento”, evitou um conflito social, o questionamento da estrutura agrária brasileira (concentradora) e revelou ainda uma vez na história brasileira a característica da elite de “fazer concessões como tática para se manter no poder” (Skidmore, 1998, p. 104). O Grupo 2 enfatizou, neste sentido, as palavras de Skidmore:

“a abolição ajudou a desviar a atenção da “questão social” no Brasil – confirmando a tendência da elite brasileira em ver as questões sócio-econômicas exclusivamente em termos legais e não estruturais ou de classe social” (Idem)

A abolição da escravidão estimulou a redefinição da estratificação social brasileira, a imigração e preocupações raciais da elite, como o branqueamento da população. O negro se viu excluído também do processo produtivo, tendo sua mão-de-obra negada depois de libertos. O NEGRO SERIA REJEITADO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO BRASIL MODERNO.

O Brasil moderno foi construído sob um novo regime político – A REPÚBLICA – que não significou mudança na estrutura sócio-econômica brasileira. Neste período há a criação de centros modernos e de espaços de exclusão. As cidades, em especial a capital, Rio de Janeiro, foram reestruturados nas primeiras décadas do século XX e ficava patente as contradições brasileiras, especialmente percebidas pela dualidade entre o interior e o litoral. A divisão entre brancos e mestiços. Dessas contradições surgiram algumas instabilidades sociais importantes que foram contornados pela elite com força e intransigência como na Revolta da Vacina, Canudos, a Revolta da Chibata, os movimentos operários urbanos. Sejam os problemas enfrentados pela população do campo ou da cidade, a elite na Primeira República tratou a questão social como questão de polícia.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) traz oportunidades de crescimento industrial para o Brasil e de diversificação da economia, pela crise do mercado de café. Isso não significou uma melhoria nas condições sócio-econômicas da população já que esse crescimento tornou o Brasil desigual (especialmente concentrando a industrialização no sudeste) e ainda assim, as condições dos trabalhadores não eram boas.A década de 1920 trouxe aos brasileiros a consciência de que a República não resolvera velhos problemas do Império e apostaram no fortalecimento do poder central. É neste contexto que ocorre a Revolução de 1930 e Getúlio Vargas assume a presidência para um longo período de governo (1930-1945).

A revolução de 1930 foi um movimento dissidente da elite política brasileira, e não modificou, portanto, a estratificação social brasileira. Ao dar uma guinada à direita ( O golpe de 1937 e a instalação do Estado Novo) Getúlio Vargas consolida sua trajetória política singular na história brasileira. Ao mesmo tempo em que cerceia as liberdades individuais, promove avanços no bem-estar dos trabalhadores. Desde 1930, “O alvoroço político trouxera a questão do bem-estar social dos trabalhadores ao primeiro plano” (p. 165) no mundo, e no Brasil, Getúlio organiza várias ações para a melhoria da condição de vida do trabalhador.



RESUMO AULA 4 (09/03/2007)


Embora tenha significado avanços para os trabalhadores, as políticas sociais de Vargas – as primeiras implementadas pelo estado em toda a sua história até então, não chegaram a todos porque privilegiava apenas quem tinha trabalho formal, na cidade. A grande maioria da população estava ainda no campo, excluída da rede de proteção social criada por Getúlio. Á época da saída de Vargas, em 1945, o Brasil ainda tinha pequena industrialização, a população sofria com doenças crônicas, a expectativa de vida era muito baixa (46 anos) e a economia permanecia dependente das exportações de café.

A nova fase na política brasileira, fase populista, presencia também uma mudança no perfil sócio-econômico da população brasileira (década de 1940/1950), quando ocorre uma explosão populacional, desigualdades regionais crescentes, forte migração interna, êxodo rural com conseqüente urbanização caótica, o crescimento das favelas e o início de uma questão social urbana que se estende até os dias de hoje – desigualdades, violência, falta de moradia, de infra-estrutura, VIOLÊNCIA.

Com seu PROGRAMA DE METAS, Juscelino intensifica as transformações na industrialização, intensificação da urbanização e busca acelerada do desenvolvimento econômico, à custa de endividamento e abandono do desenvolvimento humano e social. Embora Juscelino tenha implementado o desenvolvimento econômico, cresceu a desigualdade social. Num período de democracia (mesmo que instável), a questão social não é preocupação do estado e é agravada.

Depois de uma breve experiência EXCÊNTRICA na presidência, Jânio Quadros renuncia e dá lugar a João Goulart, que a despeito de suas dificuldades para assumir a presidência, assiste à exaltação de grupos sociais de esquerda que requeriam direitos sociais e uma atuação direta do estado para a resolução da questão social: reforma agrária, redistribuição de renda... A direita, em mais um de seus malabarismos para permanecer no poder e conservar sua posição sócio-econômica, toma o poder à força pela “Revolução de 1964”. Mas uma das mudanças políticas para garantir as permanências... Mudar para deixar como está”.

O período da ditadura Militar (1964-1985) significou um retrocesso nas liberdades individuais mas um avanço na economia e a melhoria de vida de muitos brasileiros. Embora sua política econômica fosse de concentração de riquezas nas mãos de poucos, os avanços econômicos, especialmente na década de 1970, deu a impressão de melhoria para todas as classes sociais, de modo que a mobilização contra o regime se viu dificultada. Ainda assim, muitos grupos de esquerda lutaram contra o regime, seja com armas na mão, seja em uma luta ideológica, pela produção cultural.
O chamado milagre econômico aumentou ainda mais o êxodo rural e o inchamento das cidades, houve diversificação da produção brasileira mas também enorme concentração de renda. O êxodo rural esvaziou o campo e promoveu excesso de oferta de mão-de-obra nas cidades, o que resultou num batalhão de desempregados que pressionavam os salários para baixo e aumentavam os lucros dos industriais. Sem emprego, a população urbana estava de fora da rede de proteção social (implementada por Getúlio) do Estado.



AULA 5 (16/03/2007)

Com a abertura política de 1985, o Brasil entra em nova fase democrática republicana. Os desafios desta fase são grandes, como a concentração de riqueza ainda maior, crise econômica (inflação, dívidas, desemprego). A década de 1980 é um momento delicado para a economia e para o bem-estar social do brasileiro. Os arrochos econômicos se combinaram com iniciativas positivas do ponto de vista social, tais como a discussão dos direitos sociais e sua garantia pela nova constituição de 1988. No entanto, os direitos humanos (de vida, liberdade, de igualdade legal) eram inofensivos e não questionavam nem propunham a modificação dos direitos à terra, de redistribuição de renda.

A década de 1980 assiste à crise econômica, deteriorização dos serviços públicos (educação, saúde, comunicações, etc) e um agravamento da violência urbana, que nos termos de Skidmore, não pode ser tomada como uma espécie de revolução social dos excluídos. O Crime não ameaça a ordem econômica estabelecida e nem representa mobilização coletiva, mas apenas reforça a idéia de que os pobres são ameaça à elite e associa violência à pobreza!

Ns duas últimas décadas do século XX, o Brasil assiste ao surgimento e/ou reorganização de movimentos sociais importantes como a luta das mulheres pela igualdade de direitos e dos negros, que a despeito das dificuldades foram colocados na pauta de discussão de assuntos sociais imprescindíveis para o século XXI.

Ao comentar sobre a experiência neoliberal de Collor, ao governo de estabilização de FHC, Skidmore observa que a Nova República Brasileira enfrentou desafios que adiaram o crescimento rápido do Brasil e o aumento de investimento em capital humano.Assim, diante da experiências histórica Brasileira, o autor observa que a promessa de oportunidades foi uma constante, embora não tenha se concretizado. Também a garantia da propriedade privada sempre foi tomada como chave para o desenvolvimento do país. Diante disso, o autor termina questionando se o Brasil pode se tornar uma nação moderna com “uma pequena minoria de ricos e super ricos barricados dentro de seus blocos de apartamentos, enquanto a maioria dos brasileiros mal pode entrar no mercado nacional?” Há muito o que fazer. O desafio que se coloca diante de nós é tão grande que não podemos mais nos dar ao luxo de cometer os mesmos erros do passado, nem buscar soluções inocentes para a questão social Brasileira.

Nossos problemas sociais não precisam apenas de boa vontade, bondade cristã ou solidariedade burguesa: é necessário pragmatismo e consciência histórica. Sem tocar no cerne da desigualdade não há que se falar em justiça social!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

RESUMO AULA 3

Aula 3 (16/02/2007)


Nesta aula iniciamos a discussão da obra de Thomas Skidmore, com a apresentação dos primeiros grupos, de acordo com o cronograma estabelecido.

SKIDMORE, Thomas Elliot. Uma História do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

A obra tem como objetivo “apreender o processo integral de formação do Brasil, do descobrimento (1500) ao governo de Fernando Henrique Cardoso” (1998), questionando:

a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se?
b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
c) Qual a especificidade da experiência multirracial brasileira?
d) Por que o Brasil sempre se depara com obstáculos para a modernidade?

A resposta a essas questões são perseguidas ao longo de toda a análise do processo de formação histórica do Brasil. E deverão ser consideradas na leitura e discussão de toda a obra, do primeiro ao último capítulo. O autor sempre procura evidenciar elementos que componham uma resposta completa e coerente a essas questões.
Na apresentação dos grupos e na discussão dos dois primeiros capítulos (sobre a colonização e sobre o Primeiro Reinado (1500-1831) já pudemos observar alguns elementos que respondem (em parte) a algumas dessas questões-chave do livro. São elas:

a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se?
Teria sido decorrência do sucesso da política de colonização e expansão do território, implementada por Portugal já a partir de 1530, início da colonização do território. Também teria importância a ação dos jesuítas na disseminação da cultura portuguesa e na unidade lingüística. Também a elite brasileira, pós-independência tem seu ‘mérito’ na manutenção do território resistindo às tentativas de separatismo e incorporando novas áreas.


b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
O autor enfatiza o caráter centralizador e de concentração de riquezas da colonização do Brasil, desde o início com as capitanias hereditárias. Desde as Conjurações que foram movimentos elitistas, o autor identifica que a conjuntura política poderia mudar mas o poder não mudaria de mãos, como ocorreu, por exemplo, em nosso processo de independência, quando rompe-se os laços com Portugal, mas mantém-se um governante da dinastia portuguesa (D. Pedro I).

c) Qual a especificidade da experiência multirracial brasileira?
O autor identifica uma mistura étnica singular no Brasil (índios, negros e brancos), numa escala nunca vista. Uma das especificidades do Brasil (especialmente comparando-a aos EUA) é a categoria nova que surge: O MULATO ou mestiço. Categoria maleável que possibilita a sua ascensão social e até a sua aceitação nos círculos do Branco, desde que tenha posses. Isso difere o Brasil dos EUA que tem uma divisão mais rígida, ou se é branco ou negro, no Brasil a tolerância e aceitação tende a ser maior, embora isso não nos exima do preconceito racial que existe e marca a sociedade até hoje.

d) Por que o Brasil sempre se depara com obstáculos para a modernidade?
O autor, nestes dois primeiros capítulos identifica passagens na história da formação do Brasil, alguns momentos em que o país (ou a colônia) perdeu chances de desenvolvimento econômico. Dentre elas destaca-se a sua condição de colônia, a era de Pombal e as escolhas da elite após a independência. A elite brasileira, optou pelo liberalismo econômico e escolher produzir bens primários e importar bens industrializados, reforçando e consolidando a condição de dependente da Inglaterra.


Nas próximas aulas, certamente, serão apresentados e discutidos outros elementos para a ampliação da resposta do autor a essas questões.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Quem é Thomas Skidmore?

Considerado o maior brasilianista da atualidade, o historiador norte-americano Thomas Skidmore, 74 anos, autor de obras já clássicas, como Brasil de Getúlio a Castelo e Uma História do Brasil, livro que iremos discutir a partir do dia 16/02/2007, conforme cronograma de apresentação.

Skidmore é hoje Diretor do Centro para Estudos Latino-Americanos e professor de História Moderna Latino-Americana e Estudos Brasileiros e Portugueses da Universidade de Brown, EUA. Seu interesse pela política brasileira começou por açaso:



“Foi por acaso. Até 1960, toda minha carreira de historiador era voltada para a
Europa. Passei dois anos na Inglaterra, em Oxford, e fiz meu doutorado em Harvard, após um ano trabalhando com arquivos históricos sobre a Alemanha. Harvard não tinha, porém, professores especializados em estudos latino-americanos e achou que seria mais fácil investir nos que já estavam lá do que contratar novos. Me foi então oferecida uma bolsa de três anos, para que eu mudasse de especialidade. Aceitei, sabendo que ficaria no Brasil de 1961 a 1964. Eu já falava, além do inglês, francês e alemão, mas tinha que começar a aprender espanhol ou português. A aula de espanhol era às 8h da manhã e a de português, às 11h. Adivinhe qual escolhi... Foi isso que determinou minha carreira.”(SKIDMORE Apud D'Ambrosio, 2002)


O livro "Uma história do Brasil" de Skidmore analisa a formação do Brasil até a atualidade (1998 - época de FHC). Para uma visão da política atual do Brasil (Era LULA, veja entrevista com o autor.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Resumo aula 2

Confira abaixo os principais pontos levantados sobre o texto de Amélia Cohn discutido na aula do dia 09/02/2007.

AULA 2

TEXTO 1: COHN, Amélia. A questão Social no Brasil: A difícil construção da cidadania. In: MOTA, Carlos Guilherme. (org.). Viagem incompleta: A experiência brasileira (1500-2000) – a grande transação. São Paulo: SENAC/SESC, 2000. p. 385-403.


1 – OBJETIVO DO TEXTO: “sintetizar os vários conteúdos – e suas conseqüências – que a questão social assume no decorrer do século XX, consciente da ambigüidade do termo (como cidadania e cidadão, no Brasil). (p. 385)

O que é questão social no Brasil? O que a compõe?
a) Na maior parte das vezes designa “nossas mazelas sociais = problemas sociais (365)

Mas o que seriam os PROBLEMAS SOCIAIS? “um fenômeno social que ultrapassa um determinado nível considerado ‘normal’ pela sociedade a partir de determinados critérios:
1 – ÉTICOS (mais tolerados, como a fome, a pobreza, o trabalho infantil) (julgados como bons ou mal para a conduta humana – ethos = costume; Reflexão crítica sobre a moralidade)
2 – MORAIS (violência, tráfico, consumo de drogas, devastação do meio ambiente, prostituição) Moral – regras de conduta ou hábitos julgados inválidos para todos e cada um – normativa, varia no tempo e nas sociedades). – menos tolerados.

No Brasil há domina o pensamento social de que a pobreza está ligada à violência (problemas sociais) – vejamos:
- século XIX: Início da urbanização no Brasil – “os problemas sociais são vinculados à:
a) Carência de recursos (materiais e intelectuais) dos INDIVÍDUOS, o que os impossibilitaria viver por sua própria conta;
b)Pobreza vista como um problema individual – e a responsabilidade por seu combate seria também individual e privada = de caráter filantrópico e voluntário.
Ao Estado caberia apenas a garantia da ordem. Pobre neste período era visto como criminoso, violento, ameaçador da ordem pública, lascivo, sem cultura, incapaz (p. 387) “caso de polícia”.
- século XX (1901-1930) Mudanças sociais e econômicas no Brasil
(industrialização, urbanização, modernização)
Surgem novos segmentos sociais (os assalariados urbanos, especialmente imigrantes europeus anarquistas, politizados. Movimentos de luta operária reivindicando direitos sociais básicos no ÂMBITO DO TRABALHO.

ASSOCIA-SE A CONCEPÇÃO DE QUESTÃO SOCIAL AO TRABALHO, daí surge uma distinção entre:

a) CIDADÃO – questão social dos trabalhadores, classes assalariadas urbanas = QUESTÃO DE CIDADANIA a ser resolvida pelo PODER PÚBLICO E PELA SOCIEDADE/COLETIVIDADE, questões intoleráveis = QUESTÃO SOCIAL considerada LEGÍTIMA.

b) POBRE (Pobreza, miséria, não emprego) = QUESTÃO DE FILANTROPIA a ser resolvida pela ESFERA PRIVADA/INDIVÍDUO, tolerável = PROBLEMA SOCIAL.

Diferente de outros países, no Brasil “nunca houve redistribuição (um pacto distributivo dos recursos para enfrentar a questão social que sempre foi vista como algo que não deveria onerar os cofres públicos. (p. 389)

- A origem da questão social Brasileira, vinculada ao TRABALHO e ao INDIVÍDUO marcou a característica de nossas POLÍTICAS SOCIAIS que se diretem a dois públicos:
1º - CIDADÃO – “Aquele coberto por um sistema de proteção social para o qual contribui – ex: Previdência social.;

2º - POBRE: “não contribuem e são alvos de programas filantrópicos ou de programas especiais do governo.

Portando, as políticas sociais no Brasil são de: a) SEM RECURSOS PÚBLICOS; B) DA UNIÃO (saúde pública) PREVISTAS NO ORÇAMENTO DA UNIÃO (educação).

Então, são CARACTERÍSTICAS DO ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL:

1º) Se dirige a dois públicos distintos – cidadãos e pobres

2º) apresenta 03 tipos paralelos de políticas sociais com recursos distintos, ) SEM RECURSOS PÚBLICOS; B) DA UNIÃO (saúde pública) PREVISTAS NO ORÇAMENTO DA UNIÃO (educação).

3º é tratada de modo paternalista e clientelista (pelo Estado brasileiro) “Ao invés de libertar, as políticas sociais comandadas pelos Estado reproduzem a subalternidade dos pobres e sua dependência à elite política” (390)

4º a) Políticas econômicas e políticas sociais, no Brasil, sempre foram tratadas como coisas antagônicas.
b) Centralização do aparato social do Estado, visto sempre como um grande agente modernizador da sociedade – filantropo e assistencialista.
“O enfrentamento da questão social no país é sempre estreitamente vinculado à modernidade atribuída às nossas elites políticas e ao Estado que a regula e legitima segundo seus interesses e por antecipação, mantém a ordem vigente.

A QUESTÃO SOCIAL: CIDADANIA E MERCADO.

A autora afirma que a trajetória do Brasil e dos Brasileiros são PARADOXAIS porque:
- A implantação dos direitos sociais se deu preferencialmente em regimes autoritários;
- Quem mais se apropria de nosso ‘perverso’ sistema de proteção social são os NÃO POBRES, os pobres para os mais pobres.
“As políticas sociais brasileiras reproduzem as desigualdades sociais existentes e a subalternidade dos dominados (p. 393).
Plano de saúde é para cidadão – empregado X SUS – para os carentes.

RELAÇÃO ENTRE CIDADANIA E MERCADO DE TRABALHO NA POLÍTICA SOCIAL BRASILEIRA:
a) (1923) Surgimento da Previdência Social para os assalariados;
1990) – Modelo combatido pelas elites para flexibilizar a economia
b) 1950 – O estado, fomentando o mercado (privado), subsidiando ou comprando serviços (Ex: Educação, livro didático, PROUNI, renuncia fiscal) – A produção dos serviços sociais se torna PRIVADA.

C) 1990 – Novo padrão de solidariedade social: baseada não no MERCADO DE TRABALHO mas no MERCADO DE CONSUMO:
- Flexibilização das relações de trabalho;
- terceirização dos serviços;
- redução do tamanho do Estado e do gasto público;
“ O cidadão agora como capacitado a consumir e a poupar (p. 390) de ATIVO/INATIVO para “CADA UM POR SI”;
- substituição do tempo de trabalho pelo tempo de contribuição (na previdência), independente de se autônomo.

QUESTÃO SOCIAL – A NATURALIZAÇÃO DA POBREZA.

A autora identifica um deslocamento da questão social hoje.

ATÉ 1980 A QUESTÃO SOCIAL:
– era analisada de modo global,como fruto do sistema capitalista;
- polarização entre integração/exclusão pautada no TRABALHO (fora ou dentro do mercado, incluir no mercado);
- os direitos sociais vistos como MODERNOS

HOJE (2000):
- Analisada pelos segmentos mais vulneráveis da sociedade
- reconhecimento da impossibilidade de integrar todos;
- novas polarizações: globalizados X não-globalizados; excluídos X incluídos; organizados x desorganizados;
- naturalização da pobreza tida como fatalidade da globalização;
- ao invés de acabar com a desigualdade (que continua), fala-se em aliviar a pobreza (p. 400)
- direitos sociais vistos como ATRASO. (ENTRAVE AO MODERNO CAPITALISMO)


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

“A grande tarefa do país é consolidar a democracia”, deslocar a questão social do âmbito da pobreza para o da DESIGUALDADE SOCIAL, transformar a questão social em QUESTÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA E PODER.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Resumo Aula 1

Confira um pequeno resumo da primeira aula ministrada no dia 02/02/2007 quando foram apresentadas as propostas do Plano de curso da disciplina.

Aula 1 – Serviço Social

O que será a nossa disciplina Formação sócio-histórico Brasileira?

Objetivo principal:
- Compreender historicamente a questão social brasileira, noção que se refere ao:

“Conjunto das expressões da desigualdade social,econômica e cultural,ou seja, problemas da sociedade capitalista madura,do antagonismo entre o Capital e o Trabalho.Possuí três grandes momentos Entre os anos de 1930 a 1945, coincidindo com dois grandes fatos político-sociais: a Segunda Guerra Mundial (Europa) e o período do Estado Novo (Brasil). Os modelos importados não se enquadravam na realidade brasileira e fizeram com que o Serviço Social fosse assistencial, caritativo, missionário e beneficente.
Entre os anos de 1945 a 1958, acompanhando o desenvolvimento da tecnologia moderna, científica e cultural houve maior intercâmbio entre o Brasil e os Estados Unidos. Os profissionais conscientizaram-se da necessidade de criar novos métodos e técnicas adaptados à realidade brasileira.
A partir da década de 1960 até hoje, caracterizando-se pelo movimento de reconceituação e tendo como marco referencial a procura de um modelo teórico-prático para nossa realidade. O Serviço Social fundamenta sua teoria Ciências Sociais, para inserir-se nos fenômenos em transição, procurando capacitar o homem para que lute, construa e contribua para as reformas sociais. SERVIÇO SOCIAL é uma construção histórica,sua constitucionalidade deve ser analisada na dinâmica societária”.

Para tanto, pensei em adentrarmos na formação do Brasil procurando acompanhar a sua formação no contexto da expansão capitalista desde o século XV, à época de seu descobrimento e sua experiência singular em relação ao capitalismo mundial, como país terceiro mundista, periférico, em desenvolvimento.
Pensar a constituição dos principais “problemas brasileiros” localizando-os historicamente, especialmente atentando para sua dimensão ECONÔMICA, POLÍTICA E SOCIAL.
Essas dimensões não são instâncias separáveis da realidade brasileira, mas assim serão consideradas para efeito didático e analítico. Neste sentido, muitos autores já analisaram o Brasil, como por exemplo:

Celso Furtado em sua Formação econômica do Brasil debruçou-se sobre o processo histórico de formação do Brasil pra tentar compreender alguns de nossos problemas tais como:
- o subdesenvolvimento;
- as desigualdades regionais;
- a crise econômica dos anos 1950/60;
- a possibilidade de formação de uma economia genuinamente nacional

Explorando a dimensão POLÍTICA temos vários autores considerados clássicos, tais como Raymundo Faoro, com Os donos do poder que investiga a formação política brasileira baseada no estado, na burocracia estatal, no patronato. Ou ainda Roberto Nunes Leal com o seu Coronelismo enxada e voto que se debruça sobre a forma de fazer política e de domínio político do coronel, pela troca de favores, pela manutenção da miséria para a dominação política e submissão social.

Para a análise da dimensão SOCIAL poderíamos citar, para além desses, Gilberto Freyre com o seu clássico Casa Grande e Senzala que desvenda a tendência do brasileiro à tolerância com o diferente e a sua intolerância com o mais fraco. Às nuances de uma sociedade que se fundou no regime escravocrata e criou uma forma paternalista de se relacionar socialmente.

Assim, a proposta é pensarmos a realidade brasileira partindo do presente (dos problemas do presente, da questão social, sem nos contentar com explicações simplistas mas, mergulharmos no processo histórico brasileiro – e nas suas interpretações para tentar enxergar mais nitidamente nossos problemas atuais, os quais serão objeto de sua intervenção enquanto cidadãos e assistentes sociais.

Lembramos que não acreditamos que a História tenha o poder de explicar a origem de tosos os problemas sociais brasileiros, mas certamente nos ajudará a melhor compreendê-los.

Para iniciar

Texto sugerido para a próxima aula:

A questão social no Brasil: A difícil construção da Cidadania de Amélia Cohn. Texto a ser discutido na próxima aula (09/02/2007).



Veja aqui o cronograma de apresentação dos trabalhos, construído durante a aula.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Textos introdutórios

Confira os textos indicados para a introdução da discussão da formação sócio-histórica brasileira e a questão social no Brasil atual e as contradições da cidadania na sociedade brasileira.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Plano de curso

PLANO DE ENSINO
CURSO: Serviço Social
CARGA HORÁRIA: 72
Nº DE AULAS SEMANAIS: 4
DISCIPLINA: FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL
PERÍODO:
ANO: 2007 01º Semestre
EMENTA

Análise do processo histórico brasileiro em suas dimensões sócio-econômica, política e cultural, desde o período colonial até a contemporaneidade. A constituição do Estado e da sociedade civil a partir da herança colonial: República Velha, Estado Novo, processos de industrialização, urbanização, desenvolvimentismo e o nacionalismo. A questão social vista sob o ângulo do processo sócio-histórico brasileiro. Exercícios de investigação da questão social nos diversos momentos históricos.

OBJETIVOS

Possibilitar a discussão da questão social brasileira contemporânea pela análise e discussão do processo sócio-histórico e econômico do Brasil desde o período colonial ao neoliberalismo, pontuando o conjunto de processos sócio-históricos que marcam os diferentes contextos em análise.
Fornecer aos alunos embasamento teórico sobre o processo de formação brasileira, considerando-se seus diversos espaços e ritmos de desenvolvimento.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

A – O Brasil Colonizado: Raízes da sociedade e do Estado
1 – Integração do Brasil à economia mundial
2 – A empresa agrícola e a grande propriedade rural
3 – A sociedade colonial
4 – Transformações econômicas e políticas da segunda metade do século XVIII
B – O Estado Brasileiro: da Monarquia à República
5 – A emancipação política brasileira e a consolidação do Estado Nacional
6 - Emergência e crise da República Velha: “O coronel é pra política e o trabalhador é pra polícia”
7 - Instauração e colapso do Estado Novo
8 - A emergência do nacionalismo e desenvolvimentismo
9 - A modernização conservadora no pós-64 e o seu ocaso em fins da década de 70
10 - Da transição democrática ao neoliberalismo
C - Discussões temáticas: Perspectivas para o Brasil de nosso século
11 – A questão social no Brasil: A difícil construção da cidadania
12 – A condição periférica do Brasil nos quadros do capitalismo
13 – Sociedade, Estado e Direito no Brasil do século XXI
MÉTODOS E RECURSOS DIDÁTICOS

Aulas expositivas, discussão dos textos da bibliografia básica, seminários, estudos em grupos, trabalhos individuais. Serão utilizados o quadro negro, giz, retroprojetor, periódicos, livros, apostilas, vídeo.
AVALIAÇÃO

A avaliação será feita observando-se a participação individual nas atividades propostas: debates, apresentações orais, seminários e relatórios e trabalhos escritos, além das avaliações
escritas previstas no calendário do semestre.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BRUM, Argemiro. O desenvolvimento econômico brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1997.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 33 ed. São Paulo: Cia Editora Nacional, 2004.

MOTA, Carlos Guilherme. (org.). Viagem incompleta: A experiência brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC/SESC, 2000.

___________________. Brasil em Perspectiva. 20.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a república que não foi. São Paulo. Cia. das Letras, 1990.

_______________________. A formação das Almas. São Paulo. Cia. das Letras, 1992.

FARIAS, Francisco Pereira de. Clientelismo e democracia capitalista: elementos para uma abordagem alternativa. Rev. Sociol. Polit., nov. 2000, no.15, p.49-66.

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Curso: SERVIÇO SOCIAL