sábado, 31 de março de 2007
quarta-feira, 28 de março de 2007
terça-feira, 27 de março de 2007
NÃO É RACISMO NEGRO SE INSURGIR CONTRA BRANCO?
Confira a entrevista com ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
sábado, 24 de março de 2007
domingo, 18 de março de 2007
RESUMO AULA 4-5-6
RESUMO AULA 4 (02/03/2007)
Nesta aula 04 grupos continuaram a discussão da obra de Skidmore, atentando para os desafios que o Brasil enfrentou na consolidação do Estado e na administração de problemas sociais importantes como a Escravidão e a desigualdade entre ricos e pobres.
O primeiro Grupo do dia enfatizou o período de 1831-1870, fim do Primeiro Reinado até a Guerra do Paraguai. Skidmore vê esse período da história brasileira como um momento delicado para a elite brasileira que se vê dividida em torno de questões de centralização e descentralização do poder do Estado: a luta entre liberais e conservadores que se estende do Período Regencial (1831-1840) até os primeiros anos do Segundo Reinado. As revoltas abundantes neste período (Cabanada, Cabanagem, Sabinada, Balaiada e farroupilha) indicam que a história brasileira não é pacífica tanto quanto acreditamos, e mostra a diversidade de interesses neste período. Ao assumir o trono, Dom Pedro II inicia um processo de conciliação da elite garantindo a unidade nacional e, distancia o Brasil das aventuras republicanas de seus vizinhos hispânicos – este ponto ajuda a responder a pelo menos duas questões levantadas pelo autor: a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se? E b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
Pela União da elite em torno do Imperador conciliador das diferenças. A elite Brasileira discordava em muitos pontos sobre a política mas tinha em comum o objetivo de manter sua posição social, evitar sublevações populares e garantir seu direito de propriedade, tanto sobre terras com escravos.
A propriedade sobre a terra foi garantida às novas gerações da elite brasileira com a criação de uma Lei de Terras em 1832. A propriedade sobre os escravos foi mantida até 1888. A libertação do escravos neste ano, significou perdas para os fazendeiros – especialmente os cafeicultores, mas ao fazê-la de modo “gradual e lento”, evitou um conflito social, o questionamento da estrutura agrária brasileira (concentradora) e revelou ainda uma vez na história brasileira a característica da elite de “fazer concessões como tática para se manter no poder” (Skidmore, 1998, p. 104). O Grupo 2 enfatizou, neste sentido, as palavras de Skidmore:
“a abolição ajudou a desviar a atenção da “questão social” no Brasil – confirmando a tendência da elite brasileira em ver as questões sócio-econômicas exclusivamente em termos legais e não estruturais ou de classe social” (Idem)
A abolição da escravidão estimulou a redefinição da estratificação social brasileira, a imigração e preocupações raciais da elite, como o branqueamento da população. O negro se viu excluído também do processo produtivo, tendo sua mão-de-obra negada depois de libertos. O NEGRO SERIA REJEITADO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO BRASIL MODERNO.
O Brasil moderno foi construído sob um novo regime político – A REPÚBLICA – que não significou mudança na estrutura sócio-econômica brasileira. Neste período há a criação de centros modernos e de espaços de exclusão. As cidades, em especial a capital, Rio de Janeiro, foram reestruturados nas primeiras décadas do século XX e ficava patente as contradições brasileiras, especialmente percebidas pela dualidade entre o interior e o litoral. A divisão entre brancos e mestiços. Dessas contradições surgiram algumas instabilidades sociais importantes que foram contornados pela elite com força e intransigência como na Revolta da Vacina, Canudos, a Revolta da Chibata, os movimentos operários urbanos. Sejam os problemas enfrentados pela população do campo ou da cidade, a elite na Primeira República tratou a questão social como questão de polícia.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) traz oportunidades de crescimento industrial para o Brasil e de diversificação da economia, pela crise do mercado de café. Isso não significou uma melhoria nas condições sócio-econômicas da população já que esse crescimento tornou o Brasil desigual (especialmente concentrando a industrialização no sudeste) e ainda assim, as condições dos trabalhadores não eram boas.A década de 1920 trouxe aos brasileiros a consciência de que a República não resolvera velhos problemas do Império e apostaram no fortalecimento do poder central. É neste contexto que ocorre a Revolução de 1930 e Getúlio Vargas assume a presidência para um longo período de governo (1930-1945).
A revolução de 1930 foi um movimento dissidente da elite política brasileira, e não modificou, portanto, a estratificação social brasileira. Ao dar uma guinada à direita ( O golpe de 1937 e a instalação do Estado Novo) Getúlio Vargas consolida sua trajetória política singular na história brasileira. Ao mesmo tempo em que cerceia as liberdades individuais, promove avanços no bem-estar dos trabalhadores. Desde 1930, “O alvoroço político trouxera a questão do bem-estar social dos trabalhadores ao primeiro plano” (p. 165) no mundo, e no Brasil, Getúlio organiza várias ações para a melhoria da condição de vida do trabalhador.
RESUMO AULA 4 (09/03/2007)
Embora tenha significado avanços para os trabalhadores, as políticas sociais de Vargas – as primeiras implementadas pelo estado em toda a sua história até então, não chegaram a todos porque privilegiava apenas quem tinha trabalho formal, na cidade. A grande maioria da população estava ainda no campo, excluída da rede de proteção social criada por Getúlio. Á época da saída de Vargas, em 1945, o Brasil ainda tinha pequena industrialização, a população sofria com doenças crônicas, a expectativa de vida era muito baixa (46 anos) e a economia permanecia dependente das exportações de café.
A nova fase na política brasileira, fase populista, presencia também uma mudança no perfil sócio-econômico da população brasileira (década de 1940/1950), quando ocorre uma explosão populacional, desigualdades regionais crescentes, forte migração interna, êxodo rural com conseqüente urbanização caótica, o crescimento das favelas e o início de uma questão social urbana que se estende até os dias de hoje – desigualdades, violência, falta de moradia, de infra-estrutura, VIOLÊNCIA.
Com seu PROGRAMA DE METAS, Juscelino intensifica as transformações na industrialização, intensificação da urbanização e busca acelerada do desenvolvimento econômico, à custa de endividamento e abandono do desenvolvimento humano e social. Embora Juscelino tenha implementado o desenvolvimento econômico, cresceu a desigualdade social. Num período de democracia (mesmo que instável), a questão social não é preocupação do estado e é agravada.
Depois de uma breve experiência EXCÊNTRICA na presidência, Jânio Quadros renuncia e dá lugar a João Goulart, que a despeito de suas dificuldades para assumir a presidência, assiste à exaltação de grupos sociais de esquerda que requeriam direitos sociais e uma atuação direta do estado para a resolução da questão social: reforma agrária, redistribuição de renda... A direita, em mais um de seus malabarismos para permanecer no poder e conservar sua posição sócio-econômica, toma o poder à força pela “Revolução de 1964”. Mas uma das mudanças políticas para garantir as permanências... Mudar para deixar como está”.
O período da ditadura Militar (1964-1985) significou um retrocesso nas liberdades individuais mas um avanço na economia e a melhoria de vida de muitos brasileiros. Embora sua política econômica fosse de concentração de riquezas nas mãos de poucos, os avanços econômicos, especialmente na década de 1970, deu a impressão de melhoria para todas as classes sociais, de modo que a mobilização contra o regime se viu dificultada. Ainda assim, muitos grupos de esquerda lutaram contra o regime, seja com armas na mão, seja em uma luta ideológica, pela produção cultural.
O chamado milagre econômico aumentou ainda mais o êxodo rural e o inchamento das cidades, houve diversificação da produção brasileira mas também enorme concentração de renda. O êxodo rural esvaziou o campo e promoveu excesso de oferta de mão-de-obra nas cidades, o que resultou num batalhão de desempregados que pressionavam os salários para baixo e aumentavam os lucros dos industriais. Sem emprego, a população urbana estava de fora da rede de proteção social (implementada por Getúlio) do Estado.
AULA 5 (16/03/2007)
Com a abertura política de 1985, o Brasil entra em nova fase democrática republicana. Os desafios desta fase são grandes, como a concentração de riqueza ainda maior, crise econômica (inflação, dívidas, desemprego). A década de 1980 é um momento delicado para a economia e para o bem-estar social do brasileiro. Os arrochos econômicos se combinaram com iniciativas positivas do ponto de vista social, tais como a discussão dos direitos sociais e sua garantia pela nova constituição de 1988. No entanto, os direitos humanos (de vida, liberdade, de igualdade legal) eram inofensivos e não questionavam nem propunham a modificação dos direitos à terra, de redistribuição de renda.
A década de 1980 assiste à crise econômica, deteriorização dos serviços públicos (educação, saúde, comunicações, etc) e um agravamento da violência urbana, que nos termos de Skidmore, não pode ser tomada como uma espécie de revolução social dos excluídos. O Crime não ameaça a ordem econômica estabelecida e nem representa mobilização coletiva, mas apenas reforça a idéia de que os pobres são ameaça à elite e associa violência à pobreza!
Ns duas últimas décadas do século XX, o Brasil assiste ao surgimento e/ou reorganização de movimentos sociais importantes como a luta das mulheres pela igualdade de direitos e dos negros, que a despeito das dificuldades foram colocados na pauta de discussão de assuntos sociais imprescindíveis para o século XXI.
Ao comentar sobre a experiência neoliberal de Collor, ao governo de estabilização de FHC, Skidmore observa que a Nova República Brasileira enfrentou desafios que adiaram o crescimento rápido do Brasil e o aumento de investimento em capital humano.Assim, diante da experiências histórica Brasileira, o autor observa que a promessa de oportunidades foi uma constante, embora não tenha se concretizado. Também a garantia da propriedade privada sempre foi tomada como chave para o desenvolvimento do país. Diante disso, o autor termina questionando se o Brasil pode se tornar uma nação moderna com “uma pequena minoria de ricos e super ricos barricados dentro de seus blocos de apartamentos, enquanto a maioria dos brasileiros mal pode entrar no mercado nacional?” Há muito o que fazer. O desafio que se coloca diante de nós é tão grande que não podemos mais nos dar ao luxo de cometer os mesmos erros do passado, nem buscar soluções inocentes para a questão social Brasileira.
Nossos problemas sociais não precisam apenas de boa vontade, bondade cristã ou solidariedade burguesa: é necessário pragmatismo e consciência histórica. Sem tocar no cerne da desigualdade não há que se falar em justiça social!
Nesta aula 04 grupos continuaram a discussão da obra de Skidmore, atentando para os desafios que o Brasil enfrentou na consolidação do Estado e na administração de problemas sociais importantes como a Escravidão e a desigualdade entre ricos e pobres.
O primeiro Grupo do dia enfatizou o período de 1831-1870, fim do Primeiro Reinado até a Guerra do Paraguai. Skidmore vê esse período da história brasileira como um momento delicado para a elite brasileira que se vê dividida em torno de questões de centralização e descentralização do poder do Estado: a luta entre liberais e conservadores que se estende do Período Regencial (1831-1840) até os primeiros anos do Segundo Reinado. As revoltas abundantes neste período (Cabanada, Cabanagem, Sabinada, Balaiada e farroupilha) indicam que a história brasileira não é pacífica tanto quanto acreditamos, e mostra a diversidade de interesses neste período. Ao assumir o trono, Dom Pedro II inicia um processo de conciliação da elite garantindo a unidade nacional e, distancia o Brasil das aventuras republicanas de seus vizinhos hispânicos – este ponto ajuda a responder a pelo menos duas questões levantadas pelo autor: a) Por que a América Lusófona (de Língua Portuguesa) conseguiu conservar a sua unidade enquanto a América Espanhola fragmentou-se? E b) Como a elite Brasileira foi capaz da acrobacia de permanecer no Poder?
Pela União da elite em torno do Imperador conciliador das diferenças. A elite Brasileira discordava em muitos pontos sobre a política mas tinha em comum o objetivo de manter sua posição social, evitar sublevações populares e garantir seu direito de propriedade, tanto sobre terras com escravos.
A propriedade sobre a terra foi garantida às novas gerações da elite brasileira com a criação de uma Lei de Terras em 1832. A propriedade sobre os escravos foi mantida até 1888. A libertação do escravos neste ano, significou perdas para os fazendeiros – especialmente os cafeicultores, mas ao fazê-la de modo “gradual e lento”, evitou um conflito social, o questionamento da estrutura agrária brasileira (concentradora) e revelou ainda uma vez na história brasileira a característica da elite de “fazer concessões como tática para se manter no poder” (Skidmore, 1998, p. 104). O Grupo 2 enfatizou, neste sentido, as palavras de Skidmore:
“a abolição ajudou a desviar a atenção da “questão social” no Brasil – confirmando a tendência da elite brasileira em ver as questões sócio-econômicas exclusivamente em termos legais e não estruturais ou de classe social” (Idem)
A abolição da escravidão estimulou a redefinição da estratificação social brasileira, a imigração e preocupações raciais da elite, como o branqueamento da população. O negro se viu excluído também do processo produtivo, tendo sua mão-de-obra negada depois de libertos. O NEGRO SERIA REJEITADO NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO BRASIL MODERNO.
O Brasil moderno foi construído sob um novo regime político – A REPÚBLICA – que não significou mudança na estrutura sócio-econômica brasileira. Neste período há a criação de centros modernos e de espaços de exclusão. As cidades, em especial a capital, Rio de Janeiro, foram reestruturados nas primeiras décadas do século XX e ficava patente as contradições brasileiras, especialmente percebidas pela dualidade entre o interior e o litoral. A divisão entre brancos e mestiços. Dessas contradições surgiram algumas instabilidades sociais importantes que foram contornados pela elite com força e intransigência como na Revolta da Vacina, Canudos, a Revolta da Chibata, os movimentos operários urbanos. Sejam os problemas enfrentados pela população do campo ou da cidade, a elite na Primeira República tratou a questão social como questão de polícia.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) traz oportunidades de crescimento industrial para o Brasil e de diversificação da economia, pela crise do mercado de café. Isso não significou uma melhoria nas condições sócio-econômicas da população já que esse crescimento tornou o Brasil desigual (especialmente concentrando a industrialização no sudeste) e ainda assim, as condições dos trabalhadores não eram boas.A década de 1920 trouxe aos brasileiros a consciência de que a República não resolvera velhos problemas do Império e apostaram no fortalecimento do poder central. É neste contexto que ocorre a Revolução de 1930 e Getúlio Vargas assume a presidência para um longo período de governo (1930-1945).
A revolução de 1930 foi um movimento dissidente da elite política brasileira, e não modificou, portanto, a estratificação social brasileira. Ao dar uma guinada à direita ( O golpe de 1937 e a instalação do Estado Novo) Getúlio Vargas consolida sua trajetória política singular na história brasileira. Ao mesmo tempo em que cerceia as liberdades individuais, promove avanços no bem-estar dos trabalhadores. Desde 1930, “O alvoroço político trouxera a questão do bem-estar social dos trabalhadores ao primeiro plano” (p. 165) no mundo, e no Brasil, Getúlio organiza várias ações para a melhoria da condição de vida do trabalhador.
RESUMO AULA 4 (09/03/2007)
Embora tenha significado avanços para os trabalhadores, as políticas sociais de Vargas – as primeiras implementadas pelo estado em toda a sua história até então, não chegaram a todos porque privilegiava apenas quem tinha trabalho formal, na cidade. A grande maioria da população estava ainda no campo, excluída da rede de proteção social criada por Getúlio. Á época da saída de Vargas, em 1945, o Brasil ainda tinha pequena industrialização, a população sofria com doenças crônicas, a expectativa de vida era muito baixa (46 anos) e a economia permanecia dependente das exportações de café.
A nova fase na política brasileira, fase populista, presencia também uma mudança no perfil sócio-econômico da população brasileira (década de 1940/1950), quando ocorre uma explosão populacional, desigualdades regionais crescentes, forte migração interna, êxodo rural com conseqüente urbanização caótica, o crescimento das favelas e o início de uma questão social urbana que se estende até os dias de hoje – desigualdades, violência, falta de moradia, de infra-estrutura, VIOLÊNCIA.
Com seu PROGRAMA DE METAS, Juscelino intensifica as transformações na industrialização, intensificação da urbanização e busca acelerada do desenvolvimento econômico, à custa de endividamento e abandono do desenvolvimento humano e social. Embora Juscelino tenha implementado o desenvolvimento econômico, cresceu a desigualdade social. Num período de democracia (mesmo que instável), a questão social não é preocupação do estado e é agravada.
Depois de uma breve experiência EXCÊNTRICA na presidência, Jânio Quadros renuncia e dá lugar a João Goulart, que a despeito de suas dificuldades para assumir a presidência, assiste à exaltação de grupos sociais de esquerda que requeriam direitos sociais e uma atuação direta do estado para a resolução da questão social: reforma agrária, redistribuição de renda... A direita, em mais um de seus malabarismos para permanecer no poder e conservar sua posição sócio-econômica, toma o poder à força pela “Revolução de 1964”. Mas uma das mudanças políticas para garantir as permanências... Mudar para deixar como está”.
O período da ditadura Militar (1964-1985) significou um retrocesso nas liberdades individuais mas um avanço na economia e a melhoria de vida de muitos brasileiros. Embora sua política econômica fosse de concentração de riquezas nas mãos de poucos, os avanços econômicos, especialmente na década de 1970, deu a impressão de melhoria para todas as classes sociais, de modo que a mobilização contra o regime se viu dificultada. Ainda assim, muitos grupos de esquerda lutaram contra o regime, seja com armas na mão, seja em uma luta ideológica, pela produção cultural.
O chamado milagre econômico aumentou ainda mais o êxodo rural e o inchamento das cidades, houve diversificação da produção brasileira mas também enorme concentração de renda. O êxodo rural esvaziou o campo e promoveu excesso de oferta de mão-de-obra nas cidades, o que resultou num batalhão de desempregados que pressionavam os salários para baixo e aumentavam os lucros dos industriais. Sem emprego, a população urbana estava de fora da rede de proteção social (implementada por Getúlio) do Estado.
AULA 5 (16/03/2007)
Com a abertura política de 1985, o Brasil entra em nova fase democrática republicana. Os desafios desta fase são grandes, como a concentração de riqueza ainda maior, crise econômica (inflação, dívidas, desemprego). A década de 1980 é um momento delicado para a economia e para o bem-estar social do brasileiro. Os arrochos econômicos se combinaram com iniciativas positivas do ponto de vista social, tais como a discussão dos direitos sociais e sua garantia pela nova constituição de 1988. No entanto, os direitos humanos (de vida, liberdade, de igualdade legal) eram inofensivos e não questionavam nem propunham a modificação dos direitos à terra, de redistribuição de renda.
A década de 1980 assiste à crise econômica, deteriorização dos serviços públicos (educação, saúde, comunicações, etc) e um agravamento da violência urbana, que nos termos de Skidmore, não pode ser tomada como uma espécie de revolução social dos excluídos. O Crime não ameaça a ordem econômica estabelecida e nem representa mobilização coletiva, mas apenas reforça a idéia de que os pobres são ameaça à elite e associa violência à pobreza!
Ns duas últimas décadas do século XX, o Brasil assiste ao surgimento e/ou reorganização de movimentos sociais importantes como a luta das mulheres pela igualdade de direitos e dos negros, que a despeito das dificuldades foram colocados na pauta de discussão de assuntos sociais imprescindíveis para o século XXI.
Ao comentar sobre a experiência neoliberal de Collor, ao governo de estabilização de FHC, Skidmore observa que a Nova República Brasileira enfrentou desafios que adiaram o crescimento rápido do Brasil e o aumento de investimento em capital humano.Assim, diante da experiências histórica Brasileira, o autor observa que a promessa de oportunidades foi uma constante, embora não tenha se concretizado. Também a garantia da propriedade privada sempre foi tomada como chave para o desenvolvimento do país. Diante disso, o autor termina questionando se o Brasil pode se tornar uma nação moderna com “uma pequena minoria de ricos e super ricos barricados dentro de seus blocos de apartamentos, enquanto a maioria dos brasileiros mal pode entrar no mercado nacional?” Há muito o que fazer. O desafio que se coloca diante de nós é tão grande que não podemos mais nos dar ao luxo de cometer os mesmos erros do passado, nem buscar soluções inocentes para a questão social Brasileira.
Nossos problemas sociais não precisam apenas de boa vontade, bondade cristã ou solidariedade burguesa: é necessário pragmatismo e consciência histórica. Sem tocar no cerne da desigualdade não há que se falar em justiça social!
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